Dizem que só quando experienciamos certos acontecimentos é que percebemos o seu impacto. E foi o que aconteceu com os símbolos.
Muitas pessoas viam a cruz peregrina como somente uma cruz de madeira, sem significado nem história. Não percebiam que existiam quase 40 anos gravados naquela cruz e que a mesma percorrera mais países do que eles pudessem imaginar. Por outro lado, existiam pessoas que não precisavam de saber nada sobre eles, a cruz conseguia transmitir-lhes todas as emoções com apenas a sua presença.
No final da visita a uma residência de idosos, quando estávamos a desmontar os símbolos para os arrumar na carrinha e os idosos já se preparavam para ir lanchar, uma senhora fez o caminho contrário, para ir de encontro à cruz. Aproximou-se e rezou com todas as suas forças, como se toda a sua esperança se encontrasse naquela cruz. Para a senhora, não era apenas uma cruz de madeira, mas sim Nosso Senhor. Este momento emocionou-me e fez-me perceber que somos nós quem damos interpretação aos objetos. Numa altura que me questionava sobre a minha fé e as minhas crenças, eu recebi um sinal para me poder agarrar. Foi a partir desse momento que percebi o impacto que a cruz tinha em mim e nas pessoas que me rodeavam porque até esse momento eu não tinha percebido e via apenas um objeto protegido e amado por tantos, não percebia o seu significado. Para mim, esse significado é formado apenas por uma palavra: Luz. Curiosamente, a cruz não brilha mas ilumina. Iluminou-me e fez-me perceber qual era o meu papel: Iluminar o coração daqueles que se encontram no meio de questões, tal como eu me encontrava.
- Testemunho de uma jovem (20 anos)